anon A ironia do destino

(Classificação 5 de 5)

Para começar, o romance Helena de Machado de Assis tem um tratamento muito elegante das palavras, são bem utilizadas de acordo com cada evento e cumprem com a idéia de envolver ao leitor numa história interessante, mas também triste, misteriosa, fazendo que as pessoas achem coisas que ao final não são reais. Há uma expressão na linguagem visual, que acho também pode ser referida neste romance, que é a ironia dramática, no sentido em que os espectadores sabem todos os secretos mas os protagonistas não descobrem e suas vidas tornam-se com mais enredos. Agora, esta ironia pode ser tratada no romance de um jeito diferente e contrário porque os protagonistas decidem esconder a verdade, seus sentimentos e pensamentos, logrando que os leitores façam uma história totalmente diferente. E provavelmente, essa atitude dos personagens faz que o final seja inesperado, embora pôde trocar. Por isso, acho importante ressaltar duas opções: 1) os personagens que sabiam a verdade como eram Helena e seu padre Salvador se tivessem falado com a verdade desde o princípio, a tragédia final não tivesse ocorrido, ou 2) quando todos souberam a verdadeira história da procedência de Helena, puderam ter trocado as circunstancias e Helena tivesse podido ficar na casa, porque o amor entre ela e Estácio não era impossível como ele creia.

No entanto, também posso mencionar que se Helena em verdade tivesse tido um grau de parentesco com o Estácio, este não podia ficar apaixonado da Helena sabendo que ela era sua irmã. E em minha opinião, não justifico as ações de Estácio porque ele sabia que estava apaixonado dela e ainda assim atuava como um homem ciumento e a sobre protegia pretendendo que Helena não fizera sua vida como ela quisera, e também não queria cassasse com Eugênia, querendo estar com Helena. Por outro lado, nos temos Helena, quem não soube como parar Estácio quando ela tentava agradar a sua suposta família. Somente soube utilizar o amor de Estácio com a finalidade de que este fizera oficial seu casamento com a filha do Dr. Camargo.

Neste ponto, a atitude do Dr. Camargo é uma característica que muitas pessoas têm, e não só naquela época. Ele era muito ambicioso e só queria alcançar o poder e ter um nome que todos pudessem reconhecer. Ele era muito persistente, mas os seus desejos eram cruéis, como querer que a Dona Clara morresse para poder ter o seu testamento. Também a intenção de casar sua filha Eugênia com o Estácio somente para ter uma posição importante e ganhar fama, demostrava que só trabalhava por seus interesses.

Além, em parte posso entender a atitude de Salvador, dado que ele como padre queria o melhor para sua filha Helena e sabia que ele não podia dar-lhe todas as coisas que ela pudesse precisar. Foi uma decisão um pouco injusta para ele porque nunca pôde desfrutar dos momentos mais bonitos de Helena e vê-la crescer, mas é algo que as pessoas ou os padres fazem para proteger o futuro de sus filhos e muitas vezes preferem separar-se deles para que outras famílias possam cuidá-los.

Gostei muito da maneira em que os fatos foram contados, de um jeito linear e com muita precisão nos detalhes de cada personagem e de cada circunstancia. (Helena)